Após repasses, Martagão busca ser pioneiro em transplantes de medulas em crianças na Bahia
O Hospital da Criança Martagão Gesteira deu entrada na documentação para iniciar a realização dos serviços de transplante de medula e de transplante de órgãos no início de 2018. De acordo com Antônio Novaes Júnior, Superintendente da Liga Álvaro Bahia Contra a Mortalidade Infantil, mantenedora do Martagão, os repasses realizados pelo Governo Federal, pela Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) e pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) nos últimos meses “possibilitam um maior investimento em qualidade de assistência e na ampliação de serviços”. Novaes ressaltou que a realização de transplantes de medula é um sonho do Martagão e que, caso seja concretizado, o hospital seria o primeiro da Bahia a realizar tal procedimento em crianças. “As crianças atualmente tem que ir para São Paulo para fazer os transplantes”, explicou. De acordo com o superintendente, o Martagão já deu entrada na habilitação do serviço no Ministério da Saúde, que corresponde à primeira fase da implantação do serviço, com comprovação de capacidade técnica e formação de equipe. Após isso, a construção de enfermarias específicas e a verificação de exigências como controle de pressão específico, de controle de infecção, adaptação das UTIs, entre outros procedimentos que devem ser realizados na segunda etapa. Só aí a terceira etapa, de comunicação com os parceiros e secretarias, é realizada.
Superintendente Antônio Novaes Junior | Foto: Divulgação
Os R$ 6 milhões repassados pelo governo federal irão possibilitar que o hospital feche as contas mensais no azul, excluindo o déficit de R$ 500 mil, de acordo com o superintendente. Tal fato irá possibilitar que o hospital invista em outras áreas e consiga rever a dívida de R$ 25 milhões que possui com credores, que contraiu após pedir empréstimos para custear o déficit. Novaes explicou ao Bahia Notícias que o dinheiro será repassado para a SMS e só depois destinado para o Martagão Gesteira e que a Secretaria ainda não comunicou o hospital de quando será realizado o repasse. O superintendente afirmou que espera que seja realizado ainda neste ano. “A gente não pode fazer nada antes que a SMS nos chame para que o reajuste seja feita no nosso contrato. Com a garantia nós podemos chamar os médicos, os fornecedores e fazer uma negociação”, explicou. BN