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Rui ganha faca e queijo para vencer eleição de 2018

segunda-feira, 9 de abril de 2018

/ Por: PORTAL JAGUARIPE
Uma das ponderações de ACM Neto (DEM) ao avaliar se seria candidato ao governo em 2018 era, basicamente, o fato de ser ele o único nome competitivo da oposição para bater o governador Rui Costa (PT) na tentativa de reeleição. Por isso o desespero da oposição em ter Neto como candidato. Qualquer outro nome que se apresentar não terá a musculatura política para ser um adversário tal qual ACM Neto pareceria ser. O recuo do prefeito de Salvador – que não chega a ser um recuo, já que o mesmo nunca lançou a própria candidatura – terá impactos ainda difíceis de prever nas eleições de outubro. É provável que, na expectativa de manter nacos de poder, parte dos liderados dele migre para apoiar Rui ou ao menos orbitar o governo, retirando de si o ônus de estar na oposição. Entretanto, a política é cíclica e nada garante que, em pleitos próximos, a gangorra eleitoral os obrigue a voltar para o mesmo segmento. Diante de um cenário de enfraquecimento da oposição, Rui foi o grande beneficiário da desistência de ACM Neto. O fato de possuir a máquina a seu favor já colocava o governador como favorito e, sem um adversário com a envergadura política com que o prefeito de Salvador se apresentava, o governador pegou “a faca e o queijo” para transformar a eleição de 2018 em um lanche fácil de comer. No entanto, um eventual excesso de autoconfiança pode ser o principal inimigo de Rui – assim como o clima de “já ganhou”, que possivelmente vá contagiar os aliados do atual ocupante do Palácio de Ondina. Não foi esse o tom apresentado pelo governador na primeira manifestação pública após ACM Neto anunciar que permaneceria na prefeitura. Pregou humildade e manteve a calma. Foi assim que o quase adversário se comportou em 2016 quando o democrata se candidatou a reeleição e o modelo pode servir de exemplo. Para além das lições retiradas a partir desse processo que se arrastou ao longo dos últimos meses, há uma expectativa após tudo isso: o clima beligerante entre governador e prefeito agora não tem mais razão para existir, ao menos do ponto de vista lógico. A não ser, é claro, que haja um masoquismo entre Rui e ACM Neto em se alfinetarem publicamente, algo que não parece ser o padrão de nenhum dos dois. Se a paz não reinar a partir de agora entre ambos, é melhor desistir de ver a prefeitura de Salvador e o governo da Bahia conviverem republicanamente como entes públicos.
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