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Ministro Dias Toffoli assume presidĂȘncia do Supremo Tribunal Federal

quinta-feira, 13 de setembro de 2018

/ Por: PORTAL JAGUARIPE
O ministro JosĂ© Antonio Dias Toffoli tomou posse como presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) para o biĂȘnio 2018-2020 em solenidade realizada na tarde desta quinta-feira (13), no plenĂĄrio da corte, com a presença de autoridades e polĂ­ticos. TambĂ©m tomou posse como vice-presidente do tribunal o ministro Luiz Fux.

Participam da solenidade o presidente da RepĂșblica, Michel Temer, os presidentes da CĂąmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, EunĂ­cio Oliveira (MDB-CE), a procuradora-geral, Raquel Dodge, o presidente da OAB, Claudio Lamachia, a ministra CĂĄrmen LĂșcia, que transmitiu a presidĂȘncia a Toffoli, e os demais magistrados da corte.

Entre os convidados, hå de representantes da Igreja Católica, como dom Orani Tempesta, até investigados no próprio Supremo ou nas instùncias inferiores, como o ministro Moreira Franco (Minas e Energia), os senadores Ciro Nogueira (PP-PI) e José Serra (PSDB-SP), o ex-governador da Bahia Jaques Wagner (PT), além de Maia, Eunício e Temer.

Também estiveram presentes o diretor-geral da Polícia Federal, Rogério Galloro, o comandante do Exército, general Eduardo Villas-BÎas, e advogados que atuam em processos que tramitam no Supremo, como AntÎnio Carlos de Almeida Castro e Sigmaringa Seixas.

Natural de MarĂ­lia (SP), Toffoli chega Ă  presidĂȘncia do STF nove anos apĂłs se tornar ministro, nomeado em outubro de 2009 pelo entĂŁo presidente Luiz InĂĄcio Lula da Silva. Sua experiĂȘncia com o Executivo e o Legislativo lhe rendeu capital polĂ­tico, na avaliação de colegas -atributo que deverĂĄ ser Ăștil neste momento de protagonismo do JudiciĂĄrio.

Ele foi advogado-geral da União (2007-09) e subchefe para Assuntos Jurídicos da Casa Civil (2003-05) nos governos Lula. Atuou na Prefeitura de São Paulo em 2001 na gestão de Marta Suplicy, então no PT, assessorou a liderança do partido na Cùmara dos Deputados (1995-2000), foi assessor parlamentar na Assembleia paulista (1994) e consultor da CUT (1993).

Também ministrou disciplinas de direito constitucional e direito de família no UniCEUB, em Brasília (1996-2002).

Entre os julgamentos relevantes em matĂ©rias constitucionais, a equipe de Toffoli no Supremo destaca trĂȘs em que o entendimento do ministro prevaleceu no plenĂĄrio.

O primeiro liberou o fisco para acessar dados bancårios dos contribuintes sem necessidade de autorização judicial. O segundo declarou inconstitucional um trecho da lei sobre classificação indicativa -entendeu-se que tal trecho implicava censura prévia.

O terceiro considerou constitucional uma lei estadual de SĂŁo Paulo que proĂ­be o uso de qualquer tipo de amianto, considerado nocivo Ă  saĂșde. No mesmo julgamento, declarou-se inconstitucional uma lei federal de 1995 que permitia o uso do amianto na variedade crisotila.

Na ĂĄrea criminal, sĂŁo apontados como relevantes a discussĂŁo que Toffoli fez sobre a natureza das delaçÔes premiadas e uma decisĂŁo sua de declarar monocraticamente (individualmente) o trĂąnsito em julgado de um recurso do ex-senador Luiz EstĂȘvĂŁo, o que levou o polĂ­tico condenado Ă  prisĂŁo.

Quanto à delação premiada, instituto recente no país, veio de Toffoli a definição de que ela se trata apenas de um meio de obtenção de prova, um ponto de partida para a coleta de documentos, e não uma prova em si. Tal definição balizou os debates sobre as delaçÔes da Odebrecht e da JBS.

Quanto Ă  prisĂŁo de EstĂȘvĂŁo, em 2014, Toffoli considerou o recurso do ex-senador meramente protelatĂłrio diante da proximidade da prescrição, e determinou a execução da pena -decisĂŁo depois referendada pelo plenĂĄrio.

Por outro lado, o ministro Ă© autor de decisĂ”es polĂȘmicas na seara criminal, como a que libertou, em junho, o ex-ministro JosĂ© Dirceu, que cumpria pena apĂłs ter sido condenado em segunda instĂąncia na Lava Jato.

Toffoli propÎs conceder de ofício (sem que a defesa pedisse) um habeas corpus a Dirceu, no que foi acompanhado pela maioria da Segunda Turma. Ele fundamentou sua decisão na plausibilidade do recurso enviado ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) no tocante ao tamanho da pena -fixada em 30 anos e 9 meses de prisão.

Essa fundamentação foi vista por parte dos ministros como uma forma de driblar a decisão do plenårio sobre a execução da pena após condenação em segundo grau.
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