Áudios de conversas com Bebianno demonstram que ou bem o presidente mentiu deliberadamente, ou então foi induzido à mentira por erro primário de interpretação de texto
Quem sai mais machucado do caso Bebianno é o presidente Jair Bolsonaro. A divulgação do áudio das conversas por WhatsApp com o ex-ministro Gustavo Bebianno põe em xeque sua credibilidade, num momento em que ele precisa dela para negociar com o Congresso o pacote anticrime do ministro Sérgio Moro e a reforma da Previdência do ministro Paulo Guedes.
Os áudios, divulgados ontem pela revista Veja, abrem apenas duas possibilidades: ou Bolsonaro mentiu deliberadamente, ou então foi induzido à mentira por uma dificuldade primária de interpretação de texto. Nas célebres palavras de Eça de Queirós, trata-se de “má-fé cínica” ou “obtusidade córnea” (ou ambas). Basta seguir o roteiro do caso para entender por quê.
A confusão começou com o tuíte do vereador Carlos Bolsonaro no dia 13, logo depois que seu pai saiu do hospital em São Paulo: “Ontem estive 24 horas do dia ao lado do meu pai e afirmo: É uma mentira absoluta de Gustavo Bebbiano (sic) que ontem teria falado 3 vezes com Jair Bolsonaro para tratar do assunto citado pelo Globo e retransmitido pelo Antagonista”. FONTE: G1