O presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu do STF (Supremo Tribunal Federal) uma lista para a vaga de ministro substituto do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) com três nomes que têm histórico de relações próximas com adversários polÃticos do governo.
O chefe do Executivo é obrigado a respeitar a lista trÃplice eleita na quarta-feira (4) pelo STF. Ela é composta pelos advogados André Ramos Tavares, FabrÃcio Medeiros e Vera Lúcia Santana, primeira mulher negra a entrar numa disputa dessa natureza.
O assento é destinado a um integrante da classe de juristas, não a um magistrado de carreira ou a integrante de tribunal superior, e ficou vago em março após Carlos Mário Velloso alegar problemas de saúde e deixar a corte antes do fim de seu mandato.
O mais recorrente nessa situação é o presidente nomear um dos eleitos pelo Supremo, mas o mandatário também pode devolver a lista, o que seria inédito, ou simplesmente ignorá-la e deixar o tribunal eleitoral com um membro substituto a menos.
Dos três candidatos, Tavares é considerado nos bastidores o favorito para o posto. Ele foi integrante da Comissão de Ética Pública da Presidência da República, e interlocutores de Bolsonaro afirmam que seu desempenho no colegiado foi visto com bons olhos pelo governo.
Pesa contra Tavares, porém, a relação histórica que construiu com o PT, principal adversário do chefe do Executivo na campanha pela reeleição. O advogado já assinou textos contrários ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e manteve proximidade com o Partido dos Trabalhadores até nos piores momentos da legenda.