Um acordo de cooperação técnica assinado pelos Ministérios da Defesa e das Cidades com a Caixa Econômica Federal permitirá que integrantes das Forças Armadas tenham acesso a uma polÃtica especÃfica de financiamento habitacional. Inicialmente, 75 mil militares devem ser atendidos pelo programa. As informações são da Agência Brasil. O acordo, que foi assinado na quinta (17), deve passar, nas próximas semanas, pela avaliação de técnicos, que vão definir os detalhes de como o programa deve funcionar. O ministro das Cidades, Bruno Araújo, afirmou que, se necessário, podem ocorrer mudanças no Programa Minha Casa, Minha Vida para atender a demanda dos militares. Ele não soube dizer se haverá alocação diferenciada de recursos, nem quantas unidades habitacionais serão disponibilizadas. “Estamos trabalhando com os mesmos recursos do Minha Casa, Minha Vida. É bom lembrar que a famÃlia do militar, hoje, tem direito a acessar o programa como existe, e já existem programas que, do ponto de vista do acesso de renda, são compatÃveis para o atendimento. Mas estamos falando de algo diferente, estamos falando sobre a possibilidade de atendimento em conjuntos de convivências, que sejam construÃdos de forma exclusiva para a famÃlia militar ou outras caracterÃsticas que venham a ser desenvolvidas”, afirmou Araújo. Segundo o ministro da Defesa, Raul Jungmann, os beneficiados serão os militares com menor renda, soldados, cabos e sargentos, que hoje correspondem a 60% do total de membros das Forças Armadas. Para justificar a necessidade da polÃtica habitacional direcionada aos militares, Jungmann destacou a rotina peculiar das famÃlias de militares e ressaltou que eles precisam de atenção diferenciada do Estado. “Eles são brasileiros que trabalham muito duro, em condições muito especiais, deslocados a qualquer hora, sem hora extra, muitas vezes correndo risco. De certa forma, é um retorno que é dado pelo paÃs”, disse. Jungmann. A expectativa do ministro da Defesa é que o programa entre em vigor em 2017. A duração do acordo é de cinco anos, podendo ser renovado por mais cinco, dependendo da demanda.
REFORMA
Durante a solenidade de assinatura do acordo, Jungmann questionou ainda estudo que mostra que os militares representam 50% do rombo da Previdência. Segundo o ministro, o impacto das aposentadorias das Forças Armadas sobre Previdência Social tem caÃdo. “Nós já sofremos uma reforma em 2001, que retirou uma série de garantias e direitos dos militares e, hoje, os dados que temos é que a contribuição deles para o déficit tende a cair e não a subir. A visão do consultor não bate com nossos dados, e estamos à disposição para comprovar isso”, afirmou. Jungmann disse que a reforma deve alcançar os servidores militares e que eles estão dispostos a contribuir. “Os militares vão dar sua contribuição, porque entendem a necessidade de uma reforma da Previdência. Um grupo da Previdência e da parte militar está discutindo isso, e quando tivermos o resultado, o tornaremos público”, acrescentou. (BocaoNews)